(Foto: Márcio Fernandes)
O Sr. José Serra, que quer governar o Brasil embora ainda não tenha oferecido nenhum motivo que dê credibilidade à sua candidatura , demonstra mais uma vez sua truculência, seu autoritarismo, sua vocação ditatorial, sua completa incapacidade para dialogar com os movimentos sociais. O governo pelo qual ele responde enviou o batalhão de choque para reprimir a greve na USP. Eles estão atirando bombas nos estudantes (e vejam a cretinice do Globo, ao falar de "confronto").
Os alunos, no momento em que escrevo, se reuniram no prédio da História. Mesmo assim, a polícia continua bombardeando. São cenas de invasão e massacre contra estudantes que, no interior de um campus universitário, foram raríssimas mesmo durante a ditadura militar.
Esse é o aprendiz de ditador que quer governar o Brasil. O Biscoito convoca todos os tuiteiros a que enviem mensagens no Twitter com o endereço @joseserra_ para que o ditador veja que estamos solidários com os estudantes. Por favor, usem a caixa de comentários para compartilhar informações e links sobre mais essa vergonha perpetrada pelo governo de São Paulo.
Atualização com depoimento do leitor Thiago
:Professor, sou o Thiago, leitor do sr. e estudante da USP. Como o sr está vendo, a situação lá é caótica. Alunos e professores feridos, o HU está cheio de gente passando mal, e a FFLCH está cercada. Estou no trabalho e aqui metade da net (orkut, twitter, blogspot) é bloqueada. Mas consegui contato com amigos meus que estão na FFLCH.
Relato abaixo o que ouvi de um amigo:
"A manifestação estava pacifica (dentro do possivel) com todos se dirigindo para a reitoria onde ocorreria a assembléia geral. De repente a galera se encontrou com uma viatura policial e começou a gritar (ainda pacificamente) 'fora pm do campus'. De repente uma menina tentou se aproximar dos pms pra entregar flores pra eles e eles, os pms, se revoltaram e espancaram a garota. Daí todo mundo foi pra cima deles (claro) e eles chamaram reforço. Dai a confusão começou, porque o reforço chegou atirando balas de borracha e bomba de gás. Sem dó. O pessoal tentou se refugiar na FFLCH com barricadas. A PM sitiou a faculdade, ninguém entra ninguém sai.
Continuam a jogar bombas sem parar"
A rede de wifi da usp está falhando, há um boato de que a reitora mandou derrubar. O pessoal no CRUSP tenta chegar na FFLCH mas não consegue.
Desculpe o texto mal escrito, foi a pressa e o nervosismo. Agora os meus colegas estão tentando entrar em contato com a imprensa pra colocar no ar (eu duvido que coloquem) o que tá ocorrendo na FFLCH.
A situação é dramática. Nunca pensei que veria isso acontecer.
Thiago Candido.
Tropa de Choque invade campus da USP
terça-feira, 2/junho, 2009
A Universidade de São Paulo, novamente, se tornou alvo de uma repressão desmedida do governador José Serra. A Cidade Universitária amanheceu, nesta segunda-feira (1), completamente sitiada pela polícia. Em cada unidade há pelo menos uma viatura, e em frente ao prédio da reitoria há uma concentração de dezenas de policiais.
Tudo isso devido a um movimento de greve de professores e funcionários da instituição. Os trabalhos da USP estão em greve desde o dia 5 de maio e levantam a bandeira pelo aumento salarial, contra a ameaça dos postos de trabalho de 5 mil trabalhadores, pelas demandas do hospital universitário e outras pautas específicas, além da reintegração do diretor do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP).
A demissão de Claudionor Brandão é produto da perseguição política aos trabalhadores e ao sindicato, protagonizada pela reitoria e pelo governo do estado. Trata-se de uma política marcada pela prática anti-sindical e anti-democrática que abre um gravíssimo precedente para todos os trabalhadores brasileiros. É inegável a expedição tucana contra a legítima mobilização em defesa da democracia na universidade sofram esta coerção policial.
"Os policiais estão com uma atitude provocativa frente aos trabalhadores, arrancando as faixas dos grevistas, buscando abertamente causar incidentes. Isso se dá justamente após a reitoria, apoiada pelo governo do estado, ter suspendido as negociações com os trabalhadores de maneira completamente arbitrária", relata a Comissão de greve.
Relembrando
Essa personalidade ditatorial vem se desenvolvendo na gestão do governador há um bom tempo, vide o caso do Largo São Francisco quando em um ato truculento, a tropa de chope foi enviada para retirar os cerca 400 manifestantes que dormiam no pátio da faculdade.
Na época, o movimento ocupou pacificamente a reitoria do campus e publicou a sua posição em permanecer simbolicamente no local por 24h. No entanto, a ordem de reintegração partiu de uma determinação do governo do Estado requerida pelo diretor da faculdade, João Grandino Rodas.
O Centro Acadêmico XI de Agosto, ocupado por cerca de 30 estudantes também foram encurralados pela Tropa de Choque e resistiram à reintegração por cerca de 4 horas. Segundo lideranças estudantis, em nenhum momento houve negociação, apenas eram ameaçados de prisão. Não houve a invasão do local porque o Centro Acadêmico é uma propriedade particular, que pertence aos alunos.
Fora da sala
Como forma de protesto, o professor José Sérgio Carvalho ministrou aula na rua ao lado do edifício onde os policiais se concentram na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo.
O professor da disciplina, filosofia da educação, discutia o conceito de autoridade. Em voz alta, que competia com o som alto do microfone vindo do carro de som dos grevistas, postados em frente à reitoria. Segundo o Professor ao portal G1 "Essa aula na rua foi uma opção dos alunos. Um deles trouxe a notícia da presença da tropa. Ficamos perplexos. Esse é um bom jeito de mostrar que este é um lugar de idéias e não de metralhadoras", contou o professor.
O procedimento de José Serra para lhe dar com o exercício da democracia tem se mostrado métodos repressores, recordando artifícios ditatoriais. A inadmissível sua prática escandalosa de criminalização dos movimentos sociais, atitude que tem se tornado comum na gestão do governador José Serra.
Além da Academia
Infelizmente, não é só no setor acadêmico que a síndrome fascista de José Serra acampa. Vide a Operação Saturação da Polícia Militar em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Moradores da favela foram covardemente repreendidos e tratados com violência, inclusive neste último domingo saiu uma matéria de Bruno Paes Manso no Jornal o Estado de S. Paulo relatando a ação da Policia estendido por 2 meses e meio (leia aqui). http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090531/not_imp379770,0.php
É notório que o modelo de segurança pública de José Serra está alicerçado na violência, despreparo e abuso de poder. É evidente a campanha pela criminalização dos movimentos sociais, lamentável para quem deseja ser presidente do país.
Via UNE
http://www.vidauniversitaria.com.br/blog/?p=28039
Quarta-feira, 10 de Junho de 2009
A verdadeira face de José Serra

e roubam uma flor do nosso jardim.
Não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
(Eduardo Alves da Costa, "No caminho com Maiakóvski", 1964).
A invasão de um campus universitário por forças militares é, por si só, condenável; mesmo em plena ditadura militar aconteceu com raridade extrema (UNB, PUC, quantas vezes mais?), como lembra Marjorie Rodrigues .
Porém, os governos do PSDB que governam São Paulo há mais de uma década, tal como ocorre no poema acima, primeiro passaram a permitir a entrada da polícia do campus da USP, algo antes inimaginável na história da instituição.
Agora, a polícia de José Serra é responsável não apenas por uma invasão, mas por espancamentos, tiros com bala de borracha, uso de bombas lacrimogêneas e de concusão (que, como o impressionante relato do professor da USP Pablo Ortellando explica, estilhaçam e causam ferimentos) contra estudantes cercados e indefesos - que, em seu próprio local de estudo protestavam pacificamente.
Observem, no vídeo abaixo, que a polícia ataca e atira contra os estudantes sem ter sido atacada (no sempre ótimo blog de Altamiro Borges há um vídeo ainda mais impressionante).
Portanto, com esse inaceitável uso da violência contra jovens universitários indefesos, fica cabalmente demonstrado que "O Sr. José Serra não tem autoridade moral para ser Presidente da República Federativa do Brasil. Haja mãos e pés para contar os exemplos de truculência, autoritarismo e vocação ditatorial. Esse senhor simplesmente não sabe conversar com a sociedade civil" finaliza Avelar.
Serra só age assim porque sabe que a mal chamada "grande mídia" vai, como de costume, minimizar os fatos e fazer de tudo para "livrar sua cara" - e não só porque clara mas não assumidamente apoia sua candidatura à Presidência mas porque, dominada por uma plutocracia das mais retrógradas e atrasadas, abomina qualquer manifestação popular, ainda mais se levada a cabo por jovens estudantes que convivem com setores da futura elite do país.
Esse episódio de violência absolutamente desnecessária poderia ter, por incrível que pareça, um lado bom, que seria mostrar a verdadeira face de José Serra para o resto do país que ele sonha governar. Os moradores de outros estados poderiam ver, então, que o verdadeiro semblante do governador paulista não conserva qualquer espécie de relação com a imagem do economista polido e de fala didática, que a mídia usualmente mostra: como sucessivos episódios de violência oficial mostram, não passa de um truculento, de um elitista refratário ao diálogo; do que de pior e de mais retrógrado a política nacional tem a oferecer.
De administrador e tecnocrata eficiente Serra não tem nada - e basta morar em São Paulo para se certificar disso diariamente. Ele não passa, na verdade, de um sub-ACM sem o sotaque que o preconceito condicionou a associar ao coronelismo, o que tem impedido a máscara do cosmopolitismo de cair, trazendo à luz sua verdadeira face de coronel (veja porque a trajetória de Serra provoca medo).
Porém, para que a difusão da imagem do verdadeiro Serra percorresse o país seria necessário que ou a "grande mídia" resolvesse mostrar, subitamente, interesse em aprofundar-se no retrato de um episódio tão prejudicial ao candidato do PSDB, ou a internet - sobretudo a blogosfera - provasse que o poder que tem demonstrado de produzir contrainformações e de desnudar as falcatruas da "grande mídia" se estende à difusão massiva de informação. A primeira possibilidade é uma hipótese remota, quase inconcebível; a segunda, uma incógnita.
Caso nenhuma das alternativas venha a ocorrer, restará a utilização das imagens da violência da polícia comandada por Serra durante a campanha eleitoral, mas, fora desse contexto, a grave dimensão do ocorrido tende a se diluir sem maiores consequências. A elite paulista - e, o que é ainda pior, a classe média que pensa que é ou quer ser elite - vai, como de costume, aplaudir secretamente a violência contra "esses vagabundos" da mesma forma como ofereceu seu "silêncio sorridente" quando 111 seres humanos indefesos e sob a guarda do estado foram mortos. E, pelo verificado até agora na blogosfera, o grau de mobilização e indignação, embora presente, está longe do esperável, enquanto a alienação e o direitismo, mesmo entre jovens, proliferam.
Até que nos roubem a luz e arranquem a voz de nossa garganta.
Polícia Militar invade Centro Universitário Fundação Santo André
Ação ocorreu após ocupação pacífica dos estudantes que protestavam contra o aumento das mensalidades
de São Paulo (SP)
Os estudantes da Fundação Santo André, após uma assembléia de quase duas horas, ocuparam, nesta quinta-feira (13), o prédio da reitoria do Centro Universitário. A ocupação foi motivada por um aumento das mensalidades que varia de 32% a 126%; além do sucateamento da instituição, principalmente nos cursos de ciências humanas e educação.
A pauta de reinvindicações dos ocupantes incluía, também, a contratação de professores para cursos como geografia, que por falta de docentes não abriu turmas de 1º ano em 2007.
Segundo uma aluna de Ciências Sociais, que preferiu não revelar o nome "para não sofrer nenhum tipo de perseguição", "não são somente os aumentos da mensalidade, mas o descaso com a instituição e os alunos".
O professor da Faculdade de Filosofia e Letras (FAFIL), Ivan Cotrim, confirma o depoimento da aluna e revela, ainda, "existir a manutenção de cargos privilegiados, como o do curador da Casa Amarela (instituição cultural do Centro Universitário) Paulo Barsotti, que chega a receber cerca de R$ 8 mil mensais, extraídos das mensalidades dos alunos".
Invasão
A invasão da Polícia Militar no campus da Fundação Santo André ocorreu por volta das 23 horas e deixou uma grande quantidade de feridos, além de fazer algumas prisões. Cotrim, ao lado do ouvidor interino da PM, Dr. Júlio Neves, contabilizaram cerca de 15 metros de sangue derramados na reitoria após a ação militar.
Ambos, ainda, comprovaram a pacificidade dos manifestantes, quando presenciaram a quebra de objetos, portas, janelas "de fora pra dentro", evidenciando a agressividade gerada somente pela polícia. E, quando questionaram o comandante da PM na operação a respeito da reintegração de posse, esse se absteve e não apresentou documentos que comprovassem seu ato.
Após a ação policial, os alunos e professores se mobilizaram em solidariedade aos companheiros detidos e seguiram em ato até 4º DP, pedindo a soltura.
Os alunos e professores da Fundação Santo André se reúnem, nesta sexta-feira (14), em mais uma assembléia, às 19 horas, com indicativo de greve e paralisação das atividades acadêmicas.
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