A reportagem abaixo mostra a quantas anda a situação política do Brasil. Um dos poucos políticos que ainda tinha ética e caráter, se irritou com a postura de Lula no caso Sarney, anunciou sua saída do PT e ... voltou atrás.
É uma vergonha tudo o que está acontecendo por aqui!
Irrevogável agora virou motivo de piadas no twitter (e não era para menos!).
Em caráter #irrevogável eu anuncio minha decisão de, a partir de agora, não mais criticar o nosso honestíssimo rol de políticos.
Pensando mercadantemente, retiro minha afirmação #irrevogável e prometo dedicar minha vida a perseguir a impunidade nojenta deste nosso país corrupto!
21/08/2009 - 11h36
Mercadante usa apelo de Lula para recuar na renúncia ao cargo de líder
GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online, em Brasília
GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online, em Brasília
Em discurso realizado na manhã desta sexta-feira no plenário do Senado, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) confirmou sua decisão de permanecer na liderança do PT na Casa.
O petista disse que desistiu de renunciar ao cargo depois de apelos de petistas, em especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encaminhou a Mercadante uma carta pedindo que ele não deixasse o cargo.
"Respeito sua posição e considero legítimo expressá-las à sociedade. Mas não posso concordar com sua renúncia à liderança da bancada do PT. Você tem todo o apoio de nossos senadores. Considero você imprescindível para a liderança", disse o presidente na carta.
Depois de ler as palavras de Lula, Mercadante anunciou que ficará na liderança do PT no Senado. O líder pediu desculpas à família, que fez apelos para deixar o cargo, mas acatou o pedido de Lula. "Peço a muitos companheiros que pedem a minha saída hoje, especialmente à minha família, eu peço sinceras desculpas. Eu não posso dizer não ao presidente da República e ao meu velho companheiro Luiz Inácio Lula da Silva."
"Respeito sua posição e considero legítimo expressá-las à sociedade. Mas não posso concordar com sua renúncia à liderança da bancada do PT. Você tem todo o apoio de nossos senadores. Considero você imprescindível para a liderança", disse o presidente na carta.
Depois de ler as palavras de Lula, Mercadante anunciou que ficará na liderança do PT no Senado. O líder pediu desculpas à família, que fez apelos para deixar o cargo, mas acatou o pedido de Lula. "Peço a muitos companheiros que pedem a minha saída hoje, especialmente à minha família, eu peço sinceras desculpas. Eu não posso dizer não ao presidente da República e ao meu velho companheiro Luiz Inácio Lula da Silva."
Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT de orientar os senadores da bancada pelo arquivamento de todos os processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.
"Esbarramos na maior bancada do Senado, que é o PMDB, que teve papel fundamental nesse processo. Esbarramos infelizmente na resposta que o meu governo e o meu partido deram e que não era a minha desde o começo", afirmou.
Mercadante afirmou que Lula é o maior alvo da crise no Senado. "O alvo é o presidente Lula. Essa é a disputa maior que se avizinha para o ano que vem. Mas o que acontece no Senado não é só um problema de disputa eleitoral. Como senador, cada um de nós tem um responsabilidade específica que nós não podemos deixar de considerar."
O petista lembrou que colocou o seu cargo à disposição da bancada logo após a reunião do conselho, mas recebeu apelo da maioria dos senadores e de petistas ilustres para ficar no cargo.
Mercadante citou nominalmente os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), além dos senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e João Pedro (PT-AM) como pessoas que fizeram apelos para que ficasse no cargo.
Senadores da oposição, como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Sérgio Guerra (PSDB-PE), segundo o petista, também lhe prestaram solidariedade para não deixar a liderança. "Deixar o PT nunca passou pelo meu coração e minha cabeça. Eu sou petista antes de o PT existir."
O líder disse que sua mulher e filhos fizeram apelos para sair do cargo porque não valia a pena "pagar um preço tão alto", mas Mercadante acabou decidindo ficar na liderança.
"Não foi fácil. O meu sentimento era muito profundo de deixar a liderança. Minha mulher, a Regina, meu filho Pedro, a Mariana, falaram: chega, pai. Você está pagando o preço muito alto. E o custo pessoal nessa hora é o custo político que estamos pagando por uma aliança. E um custo que não pode ser pago por um partido como o PT. Isso não pode ser perder na governabilidade."
"Vou terminar com uma frase. O erro dos homens pode ser porta de novas descobertas. Essa Casa errou, meu partido errou, meu governo errou, essa não é a solução que o Brasil precisa", finalizou.
"Vou terminar com uma frase. O erro dos homens pode ser porta de novas descobertas. Essa Casa errou, meu partido errou, meu governo errou, essa não é a solução que o Brasil precisa", finalizou.
Recuo
Mercadante chegou a anunciar que discursaria em plenário na tarde desta quinta-feira para renunciar à liderança, mas recuou depois de ser chamado pelo presidente para uma conversa.
Mercadante chegou a anunciar que discursaria em plenário na tarde desta quinta-feira para renunciar à liderança, mas recuou depois de ser chamado pelo presidente para uma conversa.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) intermediou o contato entre os petistas ao afirmar que Lula gostaria de conversar pessoalmente com o líder antes dele anunciar a sua decisão.
Mercadante ficou mais de cinco horas em conversa com Lula no Palácio do Alvorada na noite desta quinta-feira.
Mercadante ficou mais de cinco horas em conversa com Lula no Palácio do Alvorada na noite desta quinta-feira.
Hoje, o senador João Pedro (PT-AM), cotado para substituir o petista na liderança, já havia anunciado que Mercadante permaneceria no cargo. "O senador Mercadante entrou em contato comigo hoje de manhã e disse que permanecerá no cargo. Ele deve fazer o anúncio em plenário", afirmou João Pedro no Twitter.
Ontem, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou a decisão do líder de entregar o cargo --depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado.
Berzoini conversou com Mercadante por telefone ontem e disse ao petista que seria um "erro" deixar a liderança neste momento. Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética depois que os três petistas integrantes do colegiado votaram pela absolvição de Sarney.
Ontem, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou a decisão do líder de entregar o cargo --depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado.
Berzoini conversou com Mercadante por telefone ontem e disse ao petista que seria um "erro" deixar a liderança neste momento. Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética depois que os três petistas integrantes do colegiado votaram pela absolvição de Sarney.
O líder recusou-se a substituir os senadores Ideli Salvatti e Delcídio Amaral (PT-MS) do conselho. Os dois não mostraram disposição de absolver Sarney, mas votarem pelo arquivamento dos processos seguindo orientação de Berzoini.
Delcídio chegou a acusar Mercadante de ter se recusado a ler a nota do presidente do partido durante a reunião do Conselho de Ética para não desgastar-se junto à opinião pública.
Delcídio chegou a acusar Mercadante de ter se recusado a ler a nota do presidente do partido durante a reunião do Conselho de Ética para não desgastar-se junto à opinião pública.
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