quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O IRREVOGÁVEL de Mercadante

A reportagem abaixo mostra a quantas anda a situação política do Brasil. Um dos poucos políticos que ainda tinha ética e caráter, se irritou com a postura de Lula no caso Sarney, anunciou sua saída do PT e ... voltou atrás.
É uma vergonha tudo o que está acontecendo por aqui!
Irrevogável agora virou motivo de piadas no twitter (e não era para menos!).
Em caráter #irrevogável eu anuncio minha decisão de, a partir de agora, não mais criticar o nosso honestíssimo rol de políticos.
Pensando mercadantemente, retiro minha afirmação #irrevogável e prometo dedicar minha vida a perseguir a impunidade nojenta deste nosso país corrupto!
21/08/2009 - 11h36
Mercadante usa apelo de Lula para recuar na renúncia ao cargo de líder

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO, da Folha Online, em Brasília
Em discurso realizado na manhã desta sexta-feira no plenário do Senado, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) confirmou sua decisão de permanecer na liderança do PT na Casa.
O petista disse que desistiu de renunciar ao cargo depois de apelos de petistas, em especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que encaminhou a Mercadante uma carta pedindo que ele não deixasse o cargo.

"Respeito sua posição e considero legítimo expressá-las à sociedade. Mas não posso concordar com sua renúncia à liderança da bancada do PT. Você tem todo o apoio de nossos senadores. Considero você imprescindível para a liderança", disse o presidente na carta.

Depois de ler as palavras de Lula, Mercadante anunciou que ficará na liderança do PT no Senado. O líder pediu desculpas à família, que fez apelos para deixar o cargo, mas acatou o pedido de Lula. "Peço a muitos companheiros que pedem a minha saída hoje, especialmente à minha família, eu peço sinceras desculpas. Eu não posso dizer não ao presidente da República e ao meu velho companheiro Luiz Inácio Lula da Silva."
Apesar de permanecer no cargo, Mercadante criticou a decisão do comando do PT de orientar os senadores da bancada pelo arquivamento de todos os processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.
"Esbarramos na maior bancada do Senado, que é o PMDB, que teve papel fundamental nesse processo. Esbarramos infelizmente na resposta que o meu governo e o meu partido deram e que não era a minha desde o começo", afirmou.
Mercadante afirmou que Lula é o maior alvo da crise no Senado. "O alvo é o presidente Lula. Essa é a disputa maior que se avizinha para o ano que vem. Mas o que acontece no Senado não é só um problema de disputa eleitoral. Como senador, cada um de nós tem um responsabilidade específica que nós não podemos deixar de considerar."
O petista lembrou que colocou o seu cargo à disposição da bancada logo após a reunião do conselho, mas recebeu apelo da maioria dos senadores e de petistas ilustres para ficar no cargo.
Mercadante citou nominalmente os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil), a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), além dos senadores Ideli Salvatti (PT-SC) e João Pedro (PT-AM) como pessoas que fizeram apelos para que ficasse no cargo.
Senadores da oposição, como Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Sérgio Guerra (PSDB-PE), segundo o petista, também lhe prestaram solidariedade para não deixar a liderança. "Deixar o PT nunca passou pelo meu coração e minha cabeça. Eu sou petista antes de o PT existir."
O líder disse que sua mulher e filhos fizeram apelos para sair do cargo porque não valia a pena "pagar um preço tão alto", mas Mercadante acabou decidindo ficar na liderança.
"Não foi fácil. O meu sentimento era muito profundo de deixar a liderança. Minha mulher, a Regina, meu filho Pedro, a Mariana, falaram: chega, pai. Você está pagando o preço muito alto. E o custo pessoal nessa hora é o custo político que estamos pagando por uma aliança. E um custo que não pode ser pago por um partido como o PT. Isso não pode ser perder na governabilidade."
"Vou terminar com uma frase. O erro dos homens pode ser porta de novas descobertas. Essa Casa errou, meu partido errou, meu governo errou, essa não é a solução que o Brasil precisa", finalizou.
Recuo
Mercadante chegou a anunciar que discursaria em plenário na tarde desta quinta-feira para renunciar à liderança, mas recuou depois de ser chamado pelo presidente para uma conversa.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) intermediou o contato entre os petistas ao afirmar que Lula gostaria de conversar pessoalmente com o líder antes dele anunciar a sua decisão.
Mercadante ficou mais de cinco horas em conversa com Lula no Palácio do Alvorada na noite desta quinta-feira.
Hoje, o senador João Pedro (PT-AM), cotado para substituir o petista na liderança, já havia anunciado que Mercadante permaneceria no cargo. "O senador Mercadante entrou em contato comigo hoje de manhã e disse que permanecerá no cargo. Ele deve fazer o anúncio em plenário", afirmou João Pedro no Twitter.
Ontem, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou a decisão do líder de entregar o cargo --depois da orientação da cúpula da legenda para o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado.

Berzoini conversou com Mercadante por telefone ontem e disse ao petista que seria um "erro" deixar a liderança neste momento. Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética depois que os três petistas integrantes do colegiado votaram pela absolvição de Sarney.
O líder recusou-se a substituir os senadores Ideli Salvatti e Delcídio Amaral (PT-MS) do conselho. Os dois não mostraram disposição de absolver Sarney, mas votarem pelo arquivamento dos processos seguindo orientação de Berzoini.
Delcídio chegou a acusar Mercadante de ter se recusado a ler a nota do presidente do partido durante a reunião do Conselho de Ética para não desgastar-se junto à opinião pública.

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