domingo, 13 de setembro de 2009

FBI e Jean Seberg

 
FBI incentivou suicídio de Jean Seberg

O FBI incentivou a actriz norte-americana Jean Seberg a suicidar-se com uma "overdose" de barbitúricos, afirma o filho da actriz, Diego Gary, em declarações publicadas hoje no Sunday Times, de Londres.

"A minha mãe sentia-se perseguida", afirma Diego Gary, numa alusão a uma campanha psicológica "desestabilizadora" do FBI contra a actriz devido ao apoio desta ao grupo de extrema-esquerda Panteras Negras.

"Houve momentos em que tinha muito medo. Chegou mesmo a contratar guarda-costas para a protegerem porque recebeu muitas ameaças", explica Gary, filho de Seberg e do premiado romancista francês Romaní Gary.

Seberg, recordada sobretudo pela sua contracenação com Jean-Paul Belmondo em "A bout de souffle" (1959), de Jean-Luc Godard, chamou a atenção do director do FBI J. Edgard Hoover pelo seu activismo político.

Quando o corpo da actriz apareceu, envolto num cobertor no banco traseiro do seu automóvel Renault perto do seu apartamento de Paris, em Setembro de 1979, correram rumores sobre um possível homicidio.

O filho da actriz acredita, porém, que a mãe tenha sido assassinada. A actriz, que já tinha tentado suicidar-se, foi encontrada com uma forte dose de barbitúricos e álcool no sangue.

"Deixou-me um bilhete em que confessava que não podia continuar a viver devido aos nervos", explica Gary, que publicou recentemente um livro sobre essa trágica história familiar.

Nos anos seguintes supôs-se que o FBI havia vigiado a actriz e que o seu telefone estava sob escuta.

Jean Seberg entrou em depressão quando um jornalista norte-americano publicou um artigo, preparado pelo FBI, que referia que a actriz ficara grávida de uma relação com um membro dos Panteras Negras.

A actriz teve um parto prematuro e o bebé morreu quatro dias depois de nascer.

Segundo Diego Gary, a sua mãe encomendou uma urna de cristal transparente para que as pessoas vissem que a criança era branca.

Nas suas declarações ao Sunday Times, Gary explica que odiava desde criança Ahmed Kemal, um dos Panteras Negras, porque pensava que ele monopolizava a atenção de sua mãe.

Gary crê que a sua mãe foi manipulada pelos Panteras Negras, que lhe extorquiram dinheiro para a causa.

"Ela permitiu-lhes que explorassem o seu sentimento de culpa por ser uma estrela de cinema branca e luterana do empobrecido Médio Oeste americano", afirma.

Diego Gary acusa ainda os Panteras Negras de terem mais de "delinquentes e chulos do que de apóstolos da liberdade e da igualdade para as pessoas negras".

Acrescenta ainda que jamais esquecerá como o seu pai, vencedor do prémio Goncourt, anunciou numa conferência de imprensa que se divorciava de Jean Seberg devido ao caso extraconjungal da actriz com Clint Eastwood.

A sua mãe foi, a pouco e pouco, caminhando para a loucura: ""s vezes falava, sentada, com o frigorífico" e certa vez entrou em casa de Gary para lhe perguntar se ele lhe emprestava uns sapatos.

Um ano depois da morte da actriz, o seu marido, Romaní Gary, matou-se com um tiro na cabeça e deixou uma nota em que referia que o seu suicidio nada tinha a ver com a actriz.

Diego Gary herdou a fortuna de seu pai, estudou Literatura, trabalhou algum tempo como produtor de televisão, mas depois dedicou-se à bebida e à prostituição até encontrar a felicidade com uma lituana que conheceu em Barcelona e com quem se casou, explicou.

http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1342941&seccao=Cinema

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