Nobel para Obama é visto como estímulo, mas gera controvérsia
Presidente está no cargo há menos de 9 meses e ainda não obteve nenhum êxito expressivo na política externa
Agência Estado e Reuters
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, levou nesta sexta-feira, 9, o prêmio Nobel da Paz, em uma escolha surpreendente do Comitê Norueguês do Nobel. A entidade citou o "novo clima na política internacional" trazido por Obama. O presidente está no cargo há menos de nove meses e ainda não obteve nenhum êxito expressivo na política externa, razão pela qual a decisão do Comitê Nobel Norueguês foi recebida com perplexidade.
O Comitê do Nobel parabenizou seu esforço para dar ao mundo esperança por um futuro melhor e revigorar o papel da diplomacia multilateral na comunidade internacional. A decisão torna Obama, de 48 anos, filho de uma norte-americana com um queniano, o terceiro, após Theodore Roosevelt e Woodrow Wilson, a ganhá-lo ainda no cargo. A vitória de Obama ocorre 45 anos depois de o prêmio ser concedido a Martin Luther King Jr., último afro-americano a ganhar o Nobel da Paz.
"Sua diplomacia é fundada no conceito de que aqueles que lideram o mundo devem fazer na base de valores e atitudes que são compartilhados pela maioria da população mundial", afirmou o comitê em comunicado. O comitê também deu "especial importância à visão e ao trabalho de Obama por um mundo sem armas nucleares".
Em um discurso durante uma reunião do G-20 em Pittsburgh, em 25 de setembro, Obama disse que o Irã deveria "deixar claras" suas ambições nucleares e escolher entre isolamento e cooperação. No discurso, ele estava ao lado do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy. O ato foi um prelúdio das negociações multilaterais entre o Irã e o chamado sexteto (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) na semana passada, encerrando um impasse de sete anos com o país.
O comitê do Nobel também citou o esforço do presidente norte-americano no debate sobre mudanças climáticas. A vitória de Obama ocorre dois anos após o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore dividir o prêmio Nobel da Paz com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).
A surpreendente escolha pode gerar críticas segundo as quais o status do presidente, popular internacionalmente - especialmente em comparação com o antecessor George W. Bush -, se sobrepôs a sua falta de resultados no início do mandato. Segundo o comitê do Nobel, 205 nomes foram enviados para concorrer ao Nobel da Paz, 33 dos quais eram organizações.
Um membro do comitê de 5 pessoas, a política norueguesa Agot Valle, disse que a escolha de Obama ocorreu em grande parte por seus esforços em prol do desarmamento nuclear. Em entrevista por telefone, ela disse que a última reunião do grupo foi em 5 de outubro e a escolha foi por unanimidade. Agot disse que o recente trabalho de Obama na ONU para reforçar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear reforçou a candidatura. "Há críticas pela guerra no Afeganistão e eu entendo isso", notou Agot. "Mas este foi sobretudo um prêmio pelo seu trabalho e compromisso com o desarmamento nuclear - e seu diálogo. Claro que haverá críticas, porque ele não alcançou ainda suas metas. Levará tempo, mas isso é um estímulo."
De fato, as ações concretas de Obama na promoção de paz ainda estão em seus estágios iniciais. Ele herdou duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, que se arrastam há anos, e perde parte de seu apoio entre os aliados e os eleitores norte-americanos. No momento, discute com sua equipe se envia mais tropas para lutar na guerra afegã.
Em junho, Obama viajou ao Egito, cumprindo sua meta de realizar um grande discurso ao mundo muçulmano. Funcionários da Casa Branca afirmaram que a reação foi amplamente positiva na região. O discurso, porém, também aumentou a pressão sobre a administração para realizar a retirada das tropas do Iraque, fechar a prisão na Baía de Guantánamo, Cuba, e reforçar a proibição da tortura.
No mês passado, Obama disse que pretendia abandonar um sistema antimísseis estabelecido na era Bush no Leste Europeu. Segundo o governo, a reformulação melhorará a segurança do país e da região no longo prazo. Com isso, os EUA encerraram uma disputa com Moscou, que se opunha duramente aos interceptadores de mísseis na Polônia e ao radar na República Checa, afirmando que isso era também uma ameaça aos russos.
"Quem?"
O ex-presidente da Polônia Lech Walesa, que ganhou o Nobel da Paz em 1983, disse estar chocado com a notícia. "Quem? O quê? Tão rápido?", questionou ele em uma entrevista à televisão polonesa, durante um evento em Varsóvia. "Bem, não houve nenhuma contribuição para a paz ainda. Ele está propondo coisas, começando coisas, mas ainda precisa realizá-las", avaliou Walesa. "Eu vejo duas razões para esse prêmio: é concedido por coisas que alguém fez e também para encorajar alguém a fazê-las. Ocorreu a última aqui."
Estadistas como Nelson Mandela e Mikhail Gorbachev, ambos já laureados com o Nobel, elogiaram a decisão. Outros setores disseram que a homenagem foi apressada e não-merecida. "Obama ainda tem um longo caminho a percorrer e muito trabalho a fazer antes que possa merecer uma recompensa," disse Sami Abu Zuhri, dirigente do grupo islâmico palestino Hamas. "Obama fez apenas promessas e nenhuma contribuição palpável para a paz mundial. E ele não fez nada para garantir a justiça nas causas árabes e muçulmanas."
Em Bagdá, o trabalhador braçal Issam al Khazraji disse: "Ele não merece o prêmio. Todos esses problemas - Iraque, Afeganistão - não foram resolvidos. O homem da 'mudança' não mudou nada ainda". Liaqat Baluch, dirigente do grupo religioso conservador paquistanês Jamaat-e-Islami, qualificou o prêmio como uma "piada" constrangedora. Já o negociador palestino Saeb Erekat elogiou a escolha e manifestou esperança de que Obama "consiga obter a paz no Oriente Médio."
Thorbjoern Jagland, presidente do Comitê Nobel, rejeitou insinuações de jornalistas de que Obama estaria recebendo o prêmio cedo demais, argumentando que ele já fez muita coisa no último ano. "Esperamos que isso possa contribuir um pouquinho para enfatizar o que ele está tentando fazer," afirmou Jagland em entrevista coletiva.
Sem citar seu antecessor George W. Bush, o comitê salientou as diferenças no envolvimento dos EUA com o resto do mundo desde a mudança de governo em Washington, em janeiro. "A diplomacia multilateral recobrou uma posição central, com ênfase no papel que as Nações Unidas e outras instituições internacionais podem desempenhar."
Em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU, Obama buscou distanciar seu país da era unilateral de seu antecessor. "A América viverá por seus valores" em direitos humanos, prometeu, notando que iria encarar a tarefa de enfrentar os abusos e falhas tanto de aliados quanto de inimigos. No discurso, o presidente delineou os "quatro pilares" do que ele considera "fundamental para o futuro que queremos para nossos filhos": desarmamento nuclear, a paz no Oriente Médio, a recuperação do meio ambiente e o crescimento econômico. Ele criticou a Coreia do Norte e o Irã e advertiu para as consequências de estas nações não recuarem de seus programas nucleares.
Obama pediu ainda em sua fala na ONU o fim da "ocupação iniciada em 1967" de terras palestinas, em uma referência à Guerra dos Seis Dias vencida por Israel. Mas também afirmou que era preciso aceitar "o Estado judeu de Israel, com segurança para todos os israelenses".
Ainda que os juízes do Nobel tenham dito que esperavam reforçar os esforços diplomáticos de Obama, o prêmio aparece como uma distração indesejada para a Casa Branca, já diante de importantes obstáculos para avançar em sua ambiciosa agenda política.
A honraria deve ser recebida com desdém pela direita, onde os críticos acusam Obama, desde anos antes de sua chegada à Casa Branca, de receber elogios e atenção não merecidos. A aprovação do presidente caiu para quase 50% nos EUA, e a premiação deve reforçar a impressão de alguns círculos de que Obama é mais amado na Europa que em casa.
No front da política externa - o foco desta edição do prêmio -, a administração Obama ainda está engatinhando. Os auxiliares de Obama trabalham para convencer o Irã a desistir de seu suposto programa de armas nucleares, mas o esforço permanece como frágil e seu sucesso é incerto. Além disso, sua equipe de política externa analisa como alterar sua estratégia para a guerra de oito anos no Afeganistão, onde as condições em muitos aspectos pioraram.
Também por resolver na nova administração estão temas como a prisão mantida em Guantánamo. Obama recebeu elogios internacionais quando anunciou que pretendia fechar a prisão, durante a campanha do ano passado, mas tornar isso realidade mostra-se difícil. A administração também foi criticada por grupos de direitos humanos por manter algumas das políticas para presos da era Bush e por seus esforços débeis para pressionar o governo sudanês pelo prolongado conflito em Darfur.
Os prêmios Nobel para governantes no cargo geram há tempos controvérsias. Em 1973, o secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger venceu por seus esforços por um acordo de paz no Vietnã. Os prêmios para ativistas em dificuldades, como para o líder trabalhista Lech Walesa em 1983, geralmente dão a seus ganhadores uma importância que auxiliou no trabalho deles.
O chefe-de-gabinete Rahm Emanuel disse que o presidente não tinha nada a temer sobre o aumento das expectativas ou as possíveis críticas sobre o prêmio, "pois isso está associado com o contexto de seu trabalho".
09.10.09
"O presidente Obama foi premiado com o Nobel da Paz nesta sexta-feira, pelo seu trabalho para melhorar a diplomacia internacional e livrar o mundo de armas nucleares uma decisão espantosa para celebrar uma figura virtualmente desconhecida no mundo antes dele lançar sua campanha para a Casa Branca, três anos atrás.
Ao conceder o prêmio para Obama, 48, o comitê do Nobel ecoou a aceitação global do presidente americano, que viu sua popularidade no exterior freqüentemente exceder seu apoio doméstico."
O jornal francês "Le Figaro" definiu a escolha do prêmio como "uma enorme surpresa".
"O nome do presidente americano havia sido mencionado, mas muitos especialistas consideravam cedo demais para recompensá-lo. Eleito em novembro passado, Barack Obama começou a exercer seu mandato em janeiro."
Uma enquete no site do jornal perguntava aos leitores se Obama mereceu o Nobel da Paz deste ano. Às 12h40, 70% dos 29.313 votantes respondia que não.
O jornal francês Le Monde destacou os esforços do presidente americano pela desmantelação de arsenais nucleares pelo mundo.
"Em setembro, Obama presidiu uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que aprovou por unanimidade uma resolução, redigida pelos Estados Unidos, apelando aos países nuclearizados para que desmantelassem seus arsenais.
Obama é o terceiro americano membro do partido democrata a receber o Nobel da Paz no século XXI, após o ex-presidente Jimmy Carter (2002) e o ex-vice-presidente Al Gore (2007).
Ele se junta a outros chefes de Estado ou de governo que receberam esta distinção enquanto exerciam o mandato, como o russo Mikhaïl Gorbatchev em 1990 e o israelense Yitzhak Rabin e o palestino Yasser Arafat em 1994."
"De forma surpreendente, o Comitê do Nobel anunciou nesta sexta-feira que concedeu seu prêmio anual da Paz para o presidente Obama.
Com forças americanas destacadas no Iraque e no Afeganistão, o nome do presidente Obama não estava entre os favoritos até poucos minutos antes do anúncio do prêmio.
O comitê disse que queria destacar os esforços diplomáticos de Obama até o momento, e não antecipar eventos futuros.
Não houve reação imediata da Casa Branca sobre o anúncio, que teve uma recepção mista em algumas partes do mundo"
"A escolha de Obama para o prêmio entre mais de 200 candidatos surpreendeu os comentaristas internacionais, em parte porque ele assumiu o mandato a menos de duas semanas antes do prazo final de inscrição para o Nobel.
Seu nome foi mencionado durante as especulações antes do prêmio, porém muitos observadores do Nobel acreditavam que era muito cedo para premiar o presidente.
Michael Cox, um especialista em América do Norte do thinktank Chatham House disse: "É difícil entender porque o prêmio seria entregue a ele neste estágio da presidência. Há problemas no Oriente Médio e uma guerra acontecendo no Afeganistão. Você poderia dizer que é um pouco prematuro. Certamente é uma escolha muito interessante".
O comitê disse que por 108 anos tem se esforçado para estimular precisamente a política internacional e atitudes pelas quais Obama se tornou no momento o líder mais influente do mundo."
"Obama se impôs sobre os outros favoritos, como a senadora colombiana Piedad Córdoba, ativistas chineses e russos e a Coalisão contra as Bombas do Racismo.
Famoso por seu semblante calmo e disposição conciliadora, Obama encarna como ninguém o sonho de reconciliação em um país com profundas feridas raciais e de mudanças nas relações internacionais, marcadas nos últimos anos pelo unilateralismo da administração anterior de George W. Bush.
Em uma visita histórica ao Egito, o presidente americano estreitou os laços com o Islã e assegurou em seu aplaudido discurso aos países muçulmanos que os Estados Unidos 'não estiveram nem estarão nunca em guerra contra o Islã'.
Ao mesmo tempo, defendeu um Estado Palestino e ressaltou o sofrimento judeu. Obama, que é comparado por muito americanos a Martin Luther King, também viajou à África e ali convocou o continente a lutar por democracia e progresso."
Abaixoassinado contesta Nobel da Paz para Obama
Pelo menos um abaixoassinado contestando a entrega do Nobel da Paz a Barack Obama já circula na internet, informou o blog Washington Wire, do Wall Street Journal.
Segundo o blog, tomando como base as primeiras assinaturas, a petição surgiu na Polônia e o objetivo do grupo é coletar um milhão de nomes.
"Vamos expressar nossa objeção a essa decisão absurda de conceder a B. Obama o Prêmio Nobel da Paz. Seu trabalho ainda não resultou em conquistas incomuns. Embora seu potencial não possa ser negado, a decisão do Comitê do Nobel é definitivamente prematura e, além disso, política", diz o abaixoassinado, disponível em http://nobelpeace.eu/
O texto lembra que os já laureados com o prêmio "passaram anos dedicando-se ao trabalho duro e consistente por seus ideais". Às 11h40 desta sexta-feira, 9, a petição contava com 73 assinaturas.
McCain, ex-rival de Obama, diz se sentir 'orgulhoso' pelo Nobel concedido ao presidente americano
O senador americano John McCain disse que se sentia "orgulhoso" por seu ex-rival nas eleições para a Casa Branca, Barack Obama, ter ganho o Nobel da Paz.
"Felicito o presidente Obama pela honra recebida. Me uno a meus compatriotas americanos para expressar nosso orgulho por nosso presidente nesta ocasião", disse McCain em comunicado.
Lech Walesa diz que Obama 'não teve tempo de fazer nada ainda'
"Quem, Obama? Tão rápido? Muito rápido - ele ainda não teve tempo de fazer nada ainda", disse Lech Walesa, segundo informações da AFP.
Walessa, 65, recebeu o prêmio em 1983, por seus esforços para conquistar direitos dos trabalhadores na Polônia, enquanto o país estava sob regime comunista.
"Por enquanto Obama fez apenas propostas. Mas algumas vezes o comitê do Nobel concede o prêmio para encorajar uma ação responsável", disse. "Vamos dar uma chance a Obama."
"Nestes tempos difíceis, pessoas capazes de assumir responsabilidade, que têm visão, comprometimento e disposição política devem ser apoiadas", disse Mikhail Gorbachev, ex-líder soviético agraciado com o Nobel da Paz em 1990, sobre a premiação de Barack Obama, à rede de televisão Itar-Tass.
O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse em entrevista à rádio do exército que o Prêmio Nobel irá aumentar a capacidade de Obama de contribuir para estabelecer a paz regional no Oriente Médio "e um acordo entre nós e os palestinos que traga segurança, prosperidade e crescimento para todas os povos da região".
Nils Butenschon, diretor do Centro Norueguês para os Direitos Humanos na Universidade de Oslo e um reconhecido especialista de direitos humanos da Noruega, disse que o comitê colocou em risco a autoridade do Nobel da Paz ao conferi-lo a Obama antes que ele tenha obtido conquistas concretas.
"Parece prematuro para mim", disse Butenschon. "Eu acho que o comitê deveria ser bastante cuidadoso com a integridade do prêmio, e neste caso eu não acho que estamos em condições de realmente avaliar o impacto total do que este candidato promoveu", afirmou, segundo informações do jornal The New York Times.
"Algumas vezes o prêmio é entregue para pessoas que estão no processo de fazer história, como se diz, mas neste caso eu acho que ainda é muito cedo para saber isso", acrescentou.
O primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangarai, que era um dos favoritos para o prêmio Nobel da Paz deste ano, disse que Obama é uma pessoa exemplar.
"Eu gostaria de parabenizar o presidente Obama. Acho que ele é um candidato merecedor", disse Tsvangarai durante uma visita à Espanha.
Da Reuters
Irã espera que Nobel estimule Obama a dar 'passos concertos' para trazer justiça à ordem mundial
A entrega do Prêmio Nobel ao presidente americano Barack Obama deve estimulá-lo a pôr um fim na injustiça do mundo, afirmou um assessor do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad, em uma primeira reação do Irã, segundo informações da AFP.
"Esperamos que este prêmio o incentive a caminhar pela via que traz justiça ao mundo", disse Alí Akbar Javanfekr. "Não estamos insatisfeitos e esperamos que, ao receber este prêmio, Obama comece a dar passos concretos para trazer justiça à ordem mundial", disse o porta-voz.
Shimon Peres afirma que Obama traz 'uma nova esperança para a humanidade'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, traz "uma nova esperança para a humanidade", disse o presidente israelense Shimon Peres em uma mensagem de felicitações.
"Você trouxe para toda a humanidade uma nova esperança (...). Sob sua lidereança, a paz se converteu em uma verdadeira prioridade", afirmou Peres, que também recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1994.
"Pouquíssimos líderes conseguiram modificar o espírito do mundo em tão pouco tempo e com impacto semelhante", acrescentou.
Berlusconi cumprimenta Obama e diz que ele precisará ter agora um 'comportamento ecumênico'
"Ficamos sabendo que o Prêmio Nobel da Paz foi para Barack Obama durante o Conselho de Ministros e nós todos o aplaudimos", disse o premiê italiano Silvio Berlusconi. Ele disse que ao presidente americano deverá ter agora um 'comportamento ecumênico perante a todos'.
Para o responsável pela Política Externa do italiano Partido Democrata (PD), Piero Fassino, o acontecimento é "uma mensagem de esperança e um forte apoio a um presidente que, com discursos de investidura e atos coerentes sucessivos, fez da paz, da cooperação e do diálogo os traços salientes de uma América que quer exercitar sua liderança não em uma solitária autossuficiência, mas compartilhando as responsabilidades e escolhas com toda a comunidade internacional".
O porta-voz do opositor Partido Itália dos Valores (IDV), Leoluca Orlando, disse, por sua vez, que o acontecimento "é um estímulo para superar a lógica do G1, G2, G7, G8, G14 e G20 e firmar a lógica do 'G-todos', instituindo de maneira irreversível o multilateralismo", referindo-se aos grupos formados pelos países ricos, industrializados e emergentes.
Já Pier Ferdinando Casini, líder da União Democrata de Centro (UDC), aliada histórica de Berlusconi, afirmou não compreender o que o mandatário norte-americano fez para merecer a condecoração. "O prêmio de Nobel a Obama? Ainda não entendi o que ele fez".
O responsável pela Comunicação do Partido dos Comunistas Italianos (PDCI), Jacopo Venier, também manifestou dúvidas. "As palavras utilizadas pelo presidente norte-americano neste seu primeiro ano de mandato são, certamente, diferentes das de seu antecessor [George W. Bush, ndr.], mas ainda faltam fatos: do Afeganistão ao Oriente Médio, de Honduras ao Irã, é necessário atos reais e não proclamações", considerou.
Da Agência Ansa
O grupo extremista islâmico Taleban condenou a premiação de Obama. Um porta-voz do grupo disse que o líder americano "não deu um único passo rumo à paz no Afeganistão".
"Nós condenamos a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Obama", disse o porta-voz Zabihullah Mujahid, em uma entrevista por telefone de um lugar não identificado. "Consideramos o prêmio da paz deste ano injusto", afirmou.
O Taleban disse que é um absurdo dar o Nobel da Paz para Obama, após ele ter ordenado o envio de mais 21 mil para o Afeganistão neste ano. "O Prêmio Nobel da Paz? Obama deveria receber o 'prêmio Nobel por aumentar a violência e matar civis'", disse Mujahid.
Da Reuters
Presidente do Afeganistão diz que escolha de Obama é 'apropriada'
O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, disse que o presidente norte-americano, Barack Obama, era a pessoa "apropriada" para levar o Nobel da Paz.
"Nós parabenizamos Obama por ganhar o Nobel", afirmou o porta-voz de Karzai. "Seu trabalho duro e sua nova visão das relações globais, seu desejo e seus esforços para criar relações amigáveis e a paz mundial fazem dele uma escolha adequada para o Prêmio Nobel da Paz", disse.
Da Agência Estado
A Fundação Mandela manifestou sua satisfação pela concessão do Prêmio Nobel da Paz a Obama por sua contribuição à melhora das relações internacionais.
Em breve comunicado, a fundação que leva o nome de Nelson Mandela, eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, manifesta sua confiança de que "este prêmio fortaleça seu compromisso, como líder da nação mais poderosa do mundo, com o trabalho de promover a paz e erradicar a pobreza".
Da Agência Efe
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