quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Blog do Azenha - 15 de outubro de 2009 - 8:20 h

 
Mello: Globo admite que somos racistas

Atualizado e Publicado em 14 de outubro de 2009 às 22:45

O Globo desmente Ali Kamel: Brasil é racista, sim
por Antonio Mello, no blog do Mello

Muita gente acha que Ali Kamel é o bambambam das Organizações Globo. Mas,
como já afirmei aqui, ele é apenas um empregado. Não é ele quem dita as
regras, mas sim a família Marinho. Ele é a bola da vez, o cara que
representa (na verdade, o escudo) tudo aquilo que os Marinho (e seus pares –
Mesquita, Civita, Frias) pensam.

Esta semana, O Globo publicou uma reportagem que desmonta todo o raciocínio
de Kamel (e também de seu alter-ego, Magnoli) de que no Brasil não há
racismo.

Sob título "Mulheres e minorias para trás", o repórter Gilberto Scofield Jr.
mostra que a tese de que não há racismo no Brasil é conto da Carochinha e
que o Brasil é racista, sim.

A reportagem saiu na segunda-feira. Mas deveria, por sua importância, ter
saído no domingo. Essa já é uma rendição aos desejos da famiglia.

Se isso não bastasse, para tentar diminuir o impacto da revelação de que
somos um país racista, o foco da reportagem foi a discriminação de gênero
(mulheres ganham menos do que homens) e não a de raça (indígenas e negros
ganham menos do que brancos), mesmo, como afirma o texto, "considerando
grupos com a mesma idade e nível de instrução".

Ainda para tentar manter de pé a tese de que não somos racistas, o repórter
coloca no final da matéria a afirmação de que o fator decisivo é a educação.
Só que, contraditoriamente, no corpo da matéria ele afirma que mulheres
recebem menos do que homens, "a despeito de as mulheres serem mais
instruídas".

Afinal, a educação é ou não fator fundamental para explicar a disparidade
salarial? Num momento (o de gênero), eles afirmam que não. Em outro (de
raça), que sim.

No fundo, é a velha manipulação, que vem sendo denunciada pela blogosfera. O
Globo, a Veja, o Estadão, a Folha publicam para seus pares, enquanto o mundo
ao redor se desmancha como bolhas de sabão.

Leia a íntegra da reportagem:

    Mulheres e minorias para trás

    Brasil é um dos países com maior disparidade salarial da América Latina, diz BID

    Gilberto Scofield Jr.

    A falta de projetos educacionais com foco em mulheres e minorias,
especialmente entre os mais pobres, além da discriminação pura e simples,
colocam o Brasil na incômoda posição de um dos mais desiguais da América
Latina se levadas em consideração as defasagens salariais de gênero e entre
brancos e outras raças/minorias, diz estudo do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), ao qual o GLOBO teve acesso com exclusividade e que
será divulgado hoje.

    No Brasil, as mulheres ganham, em média, 29,7% menos do que os homens, a
maior diferença encontrada entre os 18 países avaliados pelo BID e quase o
dobro da média da região (17,2%). A defasagem salarial por raça no Brasil é
ainda maior, de 30%, e também a mais gritante entre as nações que estão no
estudo do BID.

    O relatório, intitulado "Novo século, velhas disparidades: diferenças
salariais entre gêneros e etnias na América Latina", preparado pelos
economistas Hugo Ñopo, Juan Pablo Atal e Natalia Winder, mostra que, na
média da região, negros e indígenas ganham 28% a menos que os trabalhadores
brancos, enquanto homens ganham 17,2% a mais que mulheres. Isso considerando
grupos com a mesma idade e nível de instrução.

    — A desigualdade salarial por gênero não chega a ser um problema grave
em países desenvolvidos da Europa ou nos Estados Unidos, mas é uma realidade
grave no Oriente Médio e, num segundo patamar, na América Latina, que é uma
das regiões mais desiguais, do ponto de vista econômico, do mundo. O Brasil
não tem tantas etnias diferentes como as 21 da Guatemala, mas, nem por isso,
é menos desigual quando comparamos a remuneração de brancos com negros e
descendentes de índios — comenta o economista Hugo Ñopo.

    Diferença é maior no topo da pirâmide

    O modelo de comparação salarial foi criado por Ñopo há sete anos, mas os
dados dos 18 países latino-americanos envolvidos na pesquisa começaram a ser
cruzados efetivamente há dois anos e tomaram como base, no Brasil, a
Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad) e levantamentos
semelhantes em outros países.

    O relatório mostra que a defasagem salarial por gênero é alta, a
despeito de as mulheres serem mais instruídas. As trabalhadoras têm, em
média, 0,8 ano a mais de estudo do que os homens na América Latina, o que
não impede que elas recebam bem menos mesmo em cargos semelhantes.

    A defasagem salarial por gênero também é mais alta entre trabalhadores
autônomos, em comparação com os que mantêm vínculos empregatícios formais
nas empresas. A autonomia, dizem, é um ponto positivo e negativo neste caso.
É bom porque dá flexibilidade para as mulheres dedicarem mais tempo aos
filhos, mas, sem o apoio do parceiro, é também uma forma de afastá-las do
mercado de trabalho, reduzindo sua renda.

    No caso das etnias e raças, o BID incluiu no estudo apenas sete países
onde havia informações étnicas disponíveis em suas pesquisas domiciliares:
Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guatemala, Peru e Paraguai. Segundo as
estatísticas, há entre 28 milhões e 34 milhões de indígenas na América
Latina (cerca de 10% da população) e, em todos os países, este grupo
representa a maior fatia entre os pobres e miseráveis, apesar de todos os
avanços sociais dos últimos anos.

    Porém, curiosamente, as maiores diferenças salariais estão nos extremos
da distribuição de renda, ou seja, entre os maiores e menores salários. E
entre os homens, os mais velhos e os moradores de áreas rurais. O Equador é
o país com menor diferença salarial: apenas 4%.

    De certo modo, o estudo do BID evidencia, dentro dos países
latino-americanos, o mesmo padrão de uso de mão de obra de minorias de
países desenvolvidos. Esses trabalhadores estão empregados em ocupações de
baixos salários. O que os economistas chamam de "segregação ocupacional"
permeia o mercado de trabalho latino-americano, onde as minorias estão em
posições de chefia ou de empregadores, que recebem os maiores salários.

    — No caso de raça e etnia, o diferencial é notadamente a educação. E o
que se diz aqui é a qualidade da educação, porque a má qualidade educacional
das minorias, uma fatia da população mais pobre, dá a negros e índios menos
condições de competir no mercado de trabalho — explica Ñopo.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/mello-globo-admite-que-somos-racistas/




A restituição do presidente

Atualizado em 14 de outubro de 2009 às 22:34 | Publicado em 14 de outubro de
2009 às 22:34
A Folha é simplesmente ridícula

do blogAmigos do Presidente Lula
Assim como faz com todos que tem alguma ligação com Lula, agora foi a vez da
Folha de S.Paulo investigar a vida do próprio Lula. A matéria nada traz de
novo, além de assuntos requentados, isto é, aquecidos de novo, com outros
fins, que não os de informar, analisar ou interpretar.Sem assunto para a
escrever a matéria, a Folha perdeu a noção do ridículo na tentativa de
escandalizar o nada: "Com mais de 60 anos, Lula recebe restituição no 1º
lote. Oras, oras, a lei não é para todos?" Aqui para quem não assina

A matéria do jornal começa induzindo quem lê, acreditar que o Presidente
Lula está tendo privilégios, levando vantagens, por ser Presidente:"O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva não integra o grande grupo de
contribuintes que esperam do governo a devolução do Imposto de Renda pago a
mais em 2008. Lula recebeu a restituição do tributo no primeiro lote deste
ano, depositado no dia 15 de junho".Pela página do fisco na internet, só é
possível saber que Lula recebeu a restituição no primeiro lote, mas não o
valor do tributo.

O presidente Lula tem 64 anos de idade. A Receita Federal, assim como os
demais órgãos públicos, respeitam o estatuto do idoso. Assim, as pessoas com
mais de 60 anos e que não apresentam pendências na declaração, têm
prioridade na devolução do IR. Juntamente com Lula, mais de 1 milhão de
pessoas acima dos 60 anos receberam a restituição do imposto no primeiro
lote.Ufa!por instantes pensei que a lei não valia para o Presidente.Qual a
credibilidade que pode ser dada a este tipo de jornal?

Sem poder escandalizar ,a matéria, a Folha parte para o lado pessoal: Lula
tem pelo menos duas fontes de renda, seu salário de presidente (R$ 11.420) e
a aposentadoria como indenização por ter sido perseguido pela ditadura
militar (R$ 4.890). Somadas, dão aproximadamente R$ 212 mil por ano
(incluindo os 13º salários).

Faltou a Folha informar: Lula começou a trabalhar aos 14 anos de idade, nos
"armazéns gerais colúmbia", onde teve a carteira assinada pela primeira
vez...e sua aposentadoria só foi conseguida quando já havia completado 50
anos.A aposentadoria do INSS   foi concedida depois que ele ganhou uma
questão contra o governo, por  ter perdido o emprego   depois de ser preso
diversas vezes, quando lutava pelos direitos dos trabalhadores, na época da
ditadura militar...

Você deve saber que ser um líder de esquerda e lutar pelos direitos dos
trabalhadores quando os militares estavam no poder era quase um
suicídio...então essa aposentadoria para mim é mais do que merecida...

Como vocês puderam notar, a informação da Folha é tão relevante, que, vai
mudar o resto de nossas vidas

Mas, pelo menos,  ficamos informados  que, o Presidente Lula ganha menos de
que Kassab que não faz nada.O prefeito Gilberto Kassab (DEM) ganha um
salário mensal de R$ 12.384,04.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-restituicao-do-presidente/


Marco Aurélio, a Globo e o MST

Atualizado em 14 de outubro de 2009 às 22:29 | Publicado em 14 de outubro de
2009 às 22:27
por Marco Aurélio Mello, no Doladodelá, que está contando a história da TV
Globo em riquíssimos detalhes. Ainda dará um livro:

"Os trabalhadores rurais sem-terra acabam de invadir uma propriedade no
Pontal do Paranapanema", gritou um dos produtores da emissora, que ainda
hoje captura a atenção de 3, dos 5 brasileiros que têm TV no país. Era abril
de 2001. (O Abril Vermelho) Imediatamente, a editora-chefe encomendou uma
nota para mim. Liguei para a 'praça', para apurar a notícia. Não teríamos
imagens, porque o local era distante demais da emissora daquela região.

Quanto aos fatos, sabíamos apenas que não houve uso da força e não havia
ninguém na área, apenas um bosque e um enorme pasto, sem uso. O MST
informava que tratava-se, não de invasão, mas de ocupação da área, que
pertencia à União, era terra devoluta. Devoluta? Lá fui eu ao dicionário
pesquisar direito o que era isso. Descobri que o termo derivava de uma lei
de D. Pedro I, de 1850. Eram as terras devolvidas ao Reino de Portugal, caso
não se tornassem produtivas no prazo de seis anos.

Atualmente, a terra é considerada devoluta quando é possível comprovar que
não é registrada, nem possuída por ninguém e está desabitada. Escrevi a nota
dizendo mais ou menos isso (em trinta segundos!). No dia seguinte havia uma
determinação do Rio (nunca dizem quem determinou, mas instintivamente a
gente sabe...).

A ordem era para que, a partir daquele dia, tratássemos as ações do MST de
forma padronizada. No lugar de ocupação, teríamos que grafar invasão. Não
falaríamos em 'terras devolutas, porque o povão não entenderia'. E
acompanharíamos a decisão da justiça sobre a reintegração, ou não, da posse.
Era um ponto de inflexão, se é que me permitem a licença poética.

Aos poucos, e sem alarde, estávamos criminalizando um dos mais legítimos
movimentos reivindicatórios da história do país. Aquele que, em 1996/97
marchou para Brasília e à força incluiu o tema na pauta do Governo de
plantão. Hoje, quem diria, até o Kotscho faz coro contra os sem-terra. Ele
se esquece dos 'provocadores', dos 'infiltrados', dos 'policiais à serviço
dos grileiros', das 'demandas sociais de outros excluídos', que encontram
refúgio no MST e, às vezes, excedem. Mas, mais do que isso, Kotscho se
esquece do saldo de 1600 mortos em conflitos agrários. Que mundo é possível,
vendo a realidade por lentes assim. Sinceramente, eu não sei...

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/marco-aurelio-a-globo-e-o-mst/



A polícia mata, a Justiça enterra e a mídia aplaude

Atualizado em 14 de outubro de 2009 às 22:18 | Publicado em 14 de outubro de
2009 às 22:11
por Marcelo Salles, na Caros Amigos

O desembargador Sérgio Verani, da 5a. Câmara Criminal do Tribunal de Justiça
do Rio, é autor do livro "Assassinatos em nome da lei", um estudo sobre
dezenas de autos de resistência entre as décadas de 70 e 80. A obra faz
duras críticas ao Ministério Público e ao Poder Judiciário: "O discurso
sobre a neutralidade jurídica e a imparcialidade técnica apenas dissimula o
seu caráter de classe", escreve Verani, para quem tal ideologia se
materializa numa política de extermínio levada a cabo por sucessivos
governos, conforme explica nesta entrevista à Caros Amigos (o delegado
Orlando Zaccone participou como entrevistador).
Caros Amigos - Como o senhor analisa os autos de resistência?
Sérgio Verani - Há muitos anos que são mais de cem autos de resistência,
naquela estatística [divulgada pelo Instituto de Segurança Pública, órgão
estadual]. Lembro que quando chegou a cem foi com o Garotinho, e aí ele
disse assim: "Ah, então isso significa que a polícia está trabalhando". Acho
que é um escândalo.
Pode resumir como fica essa negação da Lei?
É uma morte, na verdade seria um homicídio qualificado, que exige um
processo pra apurar a autoria, mas nada. Não há o processo. A lei aqui não
se aplica, não funciona.
O que mudou da ditadura de 1964 para hoje?
Agora há mais autos de resistência do que na ditadura. Acho que agora é mais
escancarado. Na ditadura havia um clamor "ah, a polícia apontou a arma!".
Agora aponta até para os professores. Pra outras pessoas aponta mais, mata
muito mais. Não é que o auto seja forjado. É uma prática de extermínio.
Forjadas talvez sejam as justificativas.
Para dissimular execuções?
É, porque a execução é evidente. Com dez tiros nas costas, como é que pode
essa vítima estar se defendendo? Eu enxergo uma política de extermínio. Mais
recrudescida nesse século 21, como consequência do próprio sistema político
baseado no capital. Quando é que aparece o Estado? Só aparece na repressão.
Eu acho que não tem saída no capital, só vai exacerbando essa repressão. E o
extermínio faz parte, tem que matar as pessoas, é a lógica do capital, da
sociedade fundada assim.
O que o senhor quer dizer com "capital"?
A constituição social, a estrutura econômica fundada no capital, a
propriedade privada. Essa ideia da saída do Estado das políticas públicas.
Não tem mais médico no Estado, é tudo contratado. Aliás, não tem mais funcionário público. Tem toda a questão da mídia também, quando diz: "Dez traficantes foram mortos". Já com estudante é diferente. Pra quem lê o jornal também. As pessoas não ficam muito horrorizadas se dez traficantes são mortos. O discurso do governador interfere... Quando ele fala "vamos continuar
enfrentando os traficantes", alimenta o confronto, "aqueles são os inimigos,
podem morrer".
Como funciona a cabeça dos seus colegas?
Suponho que funcione como uma legitimação de que a pessoa pode morrer. Acho
que é um desprezo pela vida do outro, porque é o cara que mora lá no morro,
não faz parte da vida da pessoa, não tem relação, é um desprezo.

 
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-policia-mata-a-justica-enterra-e-a-midia-aplaude/

 

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