De 2002 a 2006, o Colégio Pró-Uni usou o local gratuitamente em contrato verbal com a prefeitura

No último dia 30, a Procuradoria Geral do Município obteve na 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decisão deferindo a antecipação de tutela para posse imediata do imóvel ocupado pelo colégio Pró-Uni.

A decisão foi obtida através de um recurso de agravo reformando a decisão anterior, do Juiz Geraldo da Silva Batista, da 3ª Vara Cível de Campos, que será oficiado para imediato cumprimento da liminar.

O imóvel foi arrematado pelo município no ano de 2002, num leilão extrajudicial de liquidação da extinta Rede Ferroviária Federal por R$ 910.065,81. Em agosto desse mesmo ano, o colégio foi oficiado pelo setor de liquidação e alienação de imóveis da RFFSA de que a partir desse momento, com a compra pelo município de Campos, estava cancelada a permissão de uso do prédio.

De 2002 a 2006, desde que a prefeitura comprou o imóvel, o Pró-Uni usou o local gratuitamente em contrato verbal com a prefeitura, alegando uma contrapartida de 50 bolsas de estudos. Somente em 2006 foi feito um convênio entre a prefeitura e a instituição de ensino para que o prédio continuasse cedido sob as mesmas condições. O convênio foi encerrado em dezembro de 2007, e apesar de não ter sido assinado novo contrato, o colégio ocupou informalmente o prédio durante todo o ano de 2008.

Em 2009, o Procurador Geral do Município, Francisco de Assis Pessanha Filho notificou a direção do colégio e deu o prazo de seis meses para a desocupação do prédio. A notificação foi feita com antecedência para que não houvesse prejuízo para o ano letivo. O Pró-Uni se recusou a atender a notificação e mesmo assim a prefeitura tentou manter entendimento com a direção para resolver o problema de maneira amigável.

De acordo com o procurador, todos os esforços foram dispensados nesse sentido, mas a instituição insiste em permanecer no imóvel sob a alegação de que o então prefeito Arnaldo Vianna teria prometido uma permanência gratuita por 30 anos. "Recorri ao Tribunal e obtive êxito, o recurso foi provido. A Desembargadora Relatora entendeu os nossos argumentos, principalmente o mais singelo: o prédio é nosso, logo temos o direito de usá-lo. As pessoas têm que entender que a época da prefeitura paternalista acabou em 01/01/2009. A maioria da população já assimilou isso. O governo Rosinha Garotinho não concede benesses com o dinheiro público, esse tempo ficou para trás", disse o Procurador Geral.

Na ação judicial o município busca também atender uma notificação do Tribunal de Contas do Estado, a qual determina que a prefeitura de abstenha de prorrogar convênios com o Pró-Uni em troca de bolsas de estudos.