sexta-feira, 30 de julho de 2010

O FIM DO JORNAL DO BRASIL IMPRESSO

Lamentável é a única palavra para descrever o fim do JB impresso. Um jornal com história tão linda, participante, atuante, principalmente nos períodos de golpes e repressão. Era criticado por, ultimamente, se ater a dar a notícia de forma concisa e direta. E tem coisa mais chata do que ter que aturar jornalecos tendenciosos emitindo opiniões que conduzem o leitor desavisado e despreparado a engrossar fileiras daqueles que apóiam os maiores calhordas que um país pode ter? Mas que, no período da ditadura e em outros momentos de clímax em nossa História, não se calou, não se omitiu. Desceu o cacete nos crápulas dirigentes, na classe média imbecil que teimava em crer que seriam agraciados, o que acabou ficando claro que jamais aconteceria.
Não é um bom momento pra discorrer sobre o assunto, pois é dramática essa redução que o jornal sofrerá, deixando de ser impresso e ficando somente disponível na internet. Os leitores de jornais, assim como o de livros, dificilmente se adaptam à leitura em monitores. O cheiro da impressão é algo que aumenta, nos que realmente apreciam ler, o prazer dessa atividade.
Ficamos nós com os jornalecos tendenciosos e os jornais paulistas, que não atingem a nós, do Estado do Rio (e quando me recordo da "ditabranda" ainda sinto ânsia de vômitos). E tem coisa mais chata do que ser forçado e ler sobre fatos ocorridos numa cidade que não faz parte de nosso dia a dia?
Que saudade do tempo em que era dirigido pela Condessa! Sem dúvida alguma, era O jornal, único que valia à pena ser lido.
Enfim, não teremos muitos dos colaboradores que estavam atuando no jornal impresso, o que já o descaracteriza, além do fato de que é o início do fim, pois não creio que sobreviverá.
Quando é que as pessoas entenderão que leitura se faz é no papel? Deixamos para a internet o material que atinge uma parte menor dos realmente interessados.
Por hoje chega, já que o barulho aqui em casa e a tristeza diante dessa dura realidade me impedem de escrever mais.
Fica novamente a certeza de que os bons tempos realmente acabaram. E não falo assim porque sendo professora de História tenho um amor imenso pelo passado, mas por verificar que a mediocridade substituiu a ideologia, a competição e a politicalha no lugar da gentileza e cordialidade. Enfim, o ruim entra em cena e o que realmente valia à pena é jogado no lixo.
E VIVA A MEDIOCRIDADE!!!!

Importante ressaltar que essa triste realidade vem se juntar à uma outra também ocorrida em 2010, o fechamento do Jornal mais antigo de minha cidade e um dos primeiros do Brasil, o Monitor Campista, desativado porque uma de suas atribuições era a publicação do Diário Oficial, apropriado pela truculência da proprietária de um jornaleco tendencioso chamado Folha da Manhã.

Como vocês podem observar, é o caos!










Um comentário:

  1. Concordo! É um absurdo o rumo em que as coisas estão tomando em nosso país. O fim de jornais importantes e que fizeram História em detrimento dos jornalecos, em que até os ex-grandes se transformaram, tendenciosos, pobres e manipuladores, além de mentirosos.
    Uma perda para uma terra por si tão carente culturalmente e de informações dignas de credibilidade. Tem meu total apoio.

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