quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sentença justíssima!!!!

 
Justiça argentina anuncia sentença contra participantes de centro de exterminio
 
14 Jul 2011 . 16:20 h . Agência France Press . portal@d24am.com
 
 
Dois ex-militares e cinco ex-policiais estão sentados no banco dos réus, mas o coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse
centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.
 
 
BUENOS AIRES - A justiça argentina deve ditar sentença, nesta quinta-feira, por crimes contra a humanidade cometidos no centro de
detenção "El Vesubio", onde desapareceram o escritor Haroldo Conti, o roteirista Héctor Oesterheld, a alemã Elisabeth Käsemann e os
franceses Françoise Dauthier e Juan Soler.
 
Dois ex-militares e cinco ex-policiais estão sentados no banco dos réus, mas o coronel Pedro Durán Sáenz, quem comandou esse
centro clandestino durante a ditadura (1976/83), faleceu em junho, no meio do julgamento.
 
O Tribunal Oral Federal número 4 de Buenos Aires vai anunciar a sentença contra o ex-general Héctor Gamen (84 anos) e o ex-coronel Hugo
Pascarelli (81), que acompanharam o julgamento em liberdade, e os detidos, ex-integrantes do Serviço Penitenciário (SPF) Ramón Erlán (65),
José Maidana (59), Roberto Zeolitti (63), Diego Chemes (57) e Ricardo Martínez.
 
O julgamento foi aberto em fevereiro de 2010 e diz respeito a 156 crimes, entre eles 17 fuzilamentos.
 
Por "El Vesubio" passaram 2.500 prisioneiros, entre 1976 e 1978, quando o centro foi demolido, ante a iminente chegada da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
 
Durante o processo, a promotoria pediu prisão perpétua para os dois ex-militares e 25 anos de prisão para os ex-funcionários do serviço
penitenciário.
 
O governo alemão, representado pelo advogado argentino Pablo Jacobi, apresentou-se como querelante pelo caso Käsemann, pedindo prisão
perpétua para os dois militares, e entre 21 e 11 anos para os demais acusados.
 
Käsemann, uma socióloga de 30 anos, nascida em Gelsenkirchen, filha do professor universitário e teólogo luterano Ernst Käsemann, foi
sequestrada em 1977 e esteve 8 semanas desaparecida até aparecer crivada de balas num terreno baldio, junto com outros 15 prisioneiros
de "El Vesubio".
 
A secretaria de Direitos Humanos e outros querelantes pediram que esses crimes sejam considerados "parte de um genocídio".
 
O escritor Haroldo Conti, o cineasta Raimundo Gleyzer e o roteirista Héctor Oesterheld, que também tevem quatro filhas desaparecidas,
foram vistos nesse campo, assim como Françoise Dauthier e Juan Soler, dois dos 18 franceses vítimas da ditadura.
 
Dauthier, nascida em 1946 na França, foi levada de sua casa, na periferia sul de Buenos Aires e trasladada a "El Vesubio" com suas
duas filhas menores, Natalia e Clarisa Martínez, de 18 meses e 3 anos, entregues depois aos avós.
 
Soler, um ex-sacerdote e operário da construção civil, tinha 42 anos quando foi sequestrado em sua casa, em abril de 1977.
 
"Estávamos todos machucados, sujos, esfarrapados e mortos de fome. No dia 23 de maio (de 1977) nos chamaram um a um e nos
levaram à cozinha (...) Foi a última vez que os vi", disse Elena Alfaro, uma das 75 sobreviventes do campo, ao prestar depoimento por
videoconferência, a partir de Paris.
 
Como em muitos outros centros de extermínio, também lá houve mulheres grávidas que deram à luz em cativeiro antes de desaparecerem,
como María Trotta e Rosa Taranto, cujos filhos roubados ao nascer recuperaram a identidade em 2007 e 2008, respectivamente.
 
"El Vesubio" funcionou num prédio da SPF na periferia sudoeste de Buenos Aires, na jurisdição do Primeiro Comando do Exército,
do temido general Carlos Suárez Mason, já falecido.
 
A causa foi reaberta em 2003, depois que o Congresso anulou as leis de anistia de 1986 e 1987.
 
Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários.
 
 
 
Cerca de 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura, segundo organismos humanitários. segundo organismos humanitários.
 

Até que enfim...JUSTIÇA

ARGENTINA: EX-DITADORES VÃO A JULGAMENTO

Nos últimos meses a justiça vem interrogando militares que ocuparam posições de comando durante a ditadura, pois, apesar da anistia,
a justiça considera que não há impedimento para que os militares forneçam informações sobre os desaparecidos políticos. As famílias de 2
mil desaparecidos pretendem descobrir os lugares onde seus parentes estão enterrados ou se seus corpos foram destruídos ou jogados
no Rio da Prata.
A vida política Argentina voltou a se agitar na última semana, quando a justiça decretou a prisão de dez militares que, no período da
ditatorial (1976 - 83) estiveram envolvidos com a "Guerra Suja". O processo iniciado pelo juiz Adolfo Bagnasco baseia-se no fato de
que os líderes militares não só tinham consciência, como planejaram o "roubo de bebes", nascidos nas prisões políticas.
Existem evidências de 240 casos registrados de filhos de desaparecidos políticos que foram seqüestrados com seus pais.
Destes, 66 foram encontrados por suas famílias biológicas nos últimos anos.
Durante a ditadura militar , muitos desaparecidos foram seqüestrados com filhos muito pequenos. Algumas mulheres seqüestradas
estavam grávidas e seus filhos nasceram nos vários centros clandestinos de detenção. Essas crianças foram entregues a pessoas
intimamente relacionadas com a ditadura militar .
É sabido que existiam listas de espera para a adoção dos bebes nascidos nas prisões. Nos principais casos conhecidos, as mães
dessas crianças foram assassinadas.
Dessa maneira, o juiz Bagnasco pretende reabrir os processos contra os militares, anulando a anistia concedida durante o governo de Carlos Menem.


A HISTÓRIA

INSTABILIDADE E ASCENSÃO MILITAR


A história da Argentina foi marcada por grande instabilidade política e por constante intervenção dos militares na organização política.
Após a Segunda Guerra, a economia do país retraiu-se, pois baseava-se no fornecimento de matérias primas e alimentos às potências
aliadas, aumentando a dependência em relação aos EUA, que ao mesmo tempo ampliavam sua influência política, justificada pela Guerra
Fria. Desta forma as intervenções militares passaram a se utilizar do pretexto anti comunista, fato que explica a deposição de Juan Domingo
Perón. Se por um lado Perón era um homem de origem militar, por outro, seu governo desenvolveu-se baseado no trabalhismo populista,
apoiado na estrutura sindical e por grupos de esquerda. O "Golpe Gorila" de 1955, pretendeu portanto manter o alinhamento argentino a
política do imperialismo norte americano do pós guerra.
Desde então a situação interna da Argentina manteve-se polarizada, tanto do ponto de vista político, como do ponto de vista econômico,
sendo que os peronistas adotavam uma postura nacionalista, de manutenção dos monopólios estatais sobre alguns setores da economia
enquanto que os não peronistas pretendiam a abertura da economia para o capital estrangeiro.





A DÉCADA DE 70

No início da década de 70, a crise econômica agravou-se, com a queda do PIB, aumento do desemprego, aumento inflacionário e
redução do salário real dos trabalhadores. Essa situação abriu caminho para a radicalização política e para ações guerrilheiras e para a
volta do peronismo ao poder.
Em 1973, Hector Cámpora, ex-secretário de Perón foi eleito para a presidência, porém renunciou 49 dias depois, possibilitando a eleição
de Perón e Isabel Perón. No entanto o peronismo já não era o mesmo e tornou-se impossível conciliar as diversas tendências surgidas em seu
interior. Havia surgido uma ala mais jovem, que acreditava que o peronismo pudesse ser "uma via Argentina para o socialismo", sendo responsável
a radicalização política e atraindo a violenta repressão do regime.
A morte de Perón em 1974, a manutenção da crise econômica, o agravamento das tensões sociais e o desenvolvimento de movimentos
guerrilheiros, foram responsáveis pelo golpe que depôs Isabelita em 1976, substituída por uma junta militar, encabeçada pelo General Jorge Videla.

 
 
 
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Assine

Meus Amigos,
 
Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:
 
«aprovação do Projeto de Lei 267/11, da deputada Cida Borghetti (PP-PR), que estabelece punições para estudantes que desrespeitarem professores »
 
 
Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordaras.
 
Assina o abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=Tania e divulga-o por teus contatos.
 
Obrigado.

sábado, 15 de outubro de 2011

Anos 70 - performance - Sesc Campos

 
 
 
Uma Performance multimídia com teatro, música e vídeo. Fatos que marcaram os anos 70 nos diversos segmentos: Arte, Política, Moda e Comportamento. Com Alexandre Ferram, Sidney Navarro, Paula Vigneron e Karin Klem. Direção Fernando Rossi.
quinta, 20 de outubro · 19:00 - 22:00SESC Campos – Entrada grátis
 
 
 
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ameaça à Internet no Brasil

 
 
Caros amigos de todo o Brasil,



Na semana que vem, o Congresso poderá votar um projeto de lei que representa um golpe contra a liberdade da internet dos brasileiros. A pressão da opinião pública barrou o projeto de lei em 2009 e nós podemos fazer isso de novo. Vamos usar a web para derrotar esse projeto de lei! Envie agora mesmo uma mensagem aos parlamentares sobre o assunto:

Envie        src=
Na semana que vem, o Congresso poderá votar um projeto de lei que restringiria radicalmente a liberdade da internet no Brasil, criminalizando atividades on-line cotidianas tais como compartilhar músicas e restringir práticas essenciais para blogs. Temos apenas seis dias para barrar a votação.

A pressão da opinião pública derrotou um ataque contra a liberdade da internet em 2009 e nós podemos fazer isso de novo! O projeto de lei tramita neste momento em três comissões da Câmara dos Deputados e esses políticos estão observando atentamente a reação da opinião pública nos dias que antecedem à grande votação. Agora é nossa chance de lançar um protesto nacional e forçá-los a proteger as liberdades da internet.

O Brasil tem mais de 75 milhões de internautas e se nos unirmos nossas vozes poderão ser ensurdecedoras. Envie uma mensagem agora mesmo às lideranças das comissões de Constituição e Justiça, Ciência e Tecnologia e Segurança Pública e depois divulgue a campanha entre seus amigos e familiares em todo o Brasil:

http://www.avaaz.org/po/save_brazils_internet/?vl

O projeto de lei do deputado Azeredo sobre a internet supostamente teria o objetivo de nos proteger contra fraudadores e hackers. Porém, como alguém que faz uma cirurgia com uma motosserra, as normas excessivamente cautelosas impostas pelo projeto de lei trariam altíssimos custos sem de fato cumprir seu objetivo. Em vez de capturar os verdadeiros criminosos, elas penalizariam todos nós. Por esse motivo, até mesmo o importante site anti-pedofilia, o SaferNet é contra o PL Azeredo.

Se esse projeto de lei for aprovado, nossa privacidade e liberdade de expressão, criação e acesso on-line ficarão gravemente limitadas. Pior que isso, os provedores de internet que mantêm informações detalhadas sobre nosso histórico de navegação na internet passarão a ser "policiais virtuais" monitorando os usuários a todo momento.

O projeto de lei tem circulado em Brasília por mais de uma década, e a pressão da opinião pública já o derrotou antes. Em 2009, uma consulta pública sobre o "Marco Civil da Internet" barrou o andamento do projeto. Mas alguns meses atrás, o deputado Azeredo tentou apressar a aprovação no Congresso, usando os ataques de crackers aos sites do governo como desculpa. Um novo Congresso e uma maior conscientização sobre as amplas implicações do projeto de lei significam que nossas vozes poderão fazer a diferença. Envie agora mesmo uma mensagem às lideranças na Câmara:

http://www.avaaz.org/po/save_brazils_internet/?vl

Infelizmente, o PL Azeredo não é a única lei desse tipo. Em todo o mundo, na Índia, Turquia, Estados Unidos e outros países, a liberdade da internet está sob ataque promovido por iniciativas similares. Mas os membros da Avaaz nesses países estão se mobilizando. Vamos fazer a nossa parte neste movimento popular global em defesa da web barrando o PL Azeredo.

Com esperança,

Emma, David, Ricken, Maria Paz, Giulia, Rewan e a equipe da Avaaz

FONTES:

Petição do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, instituição parceira da Avaaz:
http://www.idec.org.br/campanhas/facadiferenca.aspx?idc=24

Liberdade de internautas no Brasil pode estar com os dias contados (Portal Imprensa):
http://portalimprensa.uol.com.br/noticias/brasil/43707/liberdade+de+internautas+no+brasil+pode+estar+com+os+dias+contados/

Entenda o que é o marco civil da internet (UOL):
http://tecnologia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/06/09/entenda-o-que-e-o-marco-civil-da-internet.jhtm

'AI-5 digital' volta a circular no Congresso (Rede Brasil Atual):
http://www.redebrasilatual.com.br/temas/tecnologia/2011/06/ai-5-digital-volta-a-circular-pelo-congresso


sexta-feira, 17 de junho de 2011

«O IBC NÃO PODE FECHAR!»

Meus Amigos,
 
Acabei de ler e assinar este abaixo-assinado online:
 
«O IBC NÃO PODE FECHAR!»
 
 
Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que também concordaras.
 
Assina o abaixo-assinado aqui http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8365 e divulga-o por teus contatos.
 
Obrigado.
 
Emar Vigneron

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Suplicy e o apoio a Cesare Battisti

 
 
Caso Battisti: Moção do Senador Suplicy          
 
 
Esta é, talvez, a mais importante proposta individual já feita pelo caso Battisti. Peço aos amigos que se
esforcem em difundi-la.
Carlos Alberto Lungarzo
Anistia Internacional USA
 
No dia 18 de Janeiro de 2011, o Senador Eduardo Matarazzo Suplicy enviou um e-mail a *Dario Pignotti*,
um jornalista argentino que atua no Brasil como correspondente da Agência ANSA. O motivo da mensagem
é que esta agência tinha publicado, através de seu escritório em Trieste, mais uma das centenas de queixas
contra Battisti dos familiares dos mortos, que, aliás, foram mortos por outros: Memeo, Masala, Mutti,
Giacomini, Grimaldi e Fatone. Estas vítimas cobram do Battisti cumprimento de duas prisões perpétuas na
Itália, na esperança de que depois de cumprir a primeira, sua alma vá ao inferno e aí cumpra a segunda.
Segundo eles, pedem isso não por espírito de vingança, mas de justiça! Que bom que eles fazem a ressalva.
Pode haver algum malicioso que pense que eles são vingativos.
 
Contexto Geral
Esta cobrança não é nenhuma novidade. Desde que começou a ser conhecido o caso Battisti, a Folha
de S. Paulo publicou em forma relativamente destacada (até onde eu consegui conferir) 19 declarações
de Alberto Torregiani, filho do ourives que fora assassinado por um comando dos PAC em fevereiro de
1979. Jornais, revistas e redes de TV deram também destaque a Maurizio Campagna, irmão do policial
morto pelo mesmo grupo em abril desse ano, e a Alessandro Santoro, filho de Antonio Santoro, chefe
dos carcereiros de Udine, morto em junho de 1978, em represália pela aplicação de torturas a prisioneiros
na cadeia judicial de Udine. Já Adriano Sabbadin, filho do açougueiro Lino, da uma vila perto de Veneza,
foi várias vezes citado pela mídia Brasileira, como um das pessoas que viu Battisti matar seu pai.
 
É importante indicar que, em todos os depoimentos feitos por Adriano (incluído aquele reproduzido por
Giuseppe Crucciani em seu livro Os Amigos do Terrorista), ele declara algo muito diferente: "que quando
seu pai foi morto, ele estava falando ao telefone e, chegando bruscamente ao local onde estava seu pai ensangüentado, viu duas pessoas fugindo". Ele acrescenta que a justiça, se baseando na confissão de um "arrependido" tinha identificado um desses homens como Battisti.
 
Em, pelo menos 14 depoimentos e declarações à imprensa que eu chequei, repete-se o mesmo relato.
Suponho que deve haver outros muitos. Ou seja, Adriano acredita que seu pai foi morto por Battisti,
porque os delatores falaram isso, mas não se proclama testemunha.
 
O caso de Torregiani é ainda mais expressivo: muito cedo, ele reconheceu que Cesare não estava no
lugar do ataque, e até admitiu que a bala que o atingiu e o deixou paralisado, foi disparada por seu pai,
quando visava outro alvo. Essa versão foi confirmada até por alguns procuradores italianos, apesar de
que estes não pouparam mentiras para acumular culpas sobre Battisti. O jornalista francês de direita
Guillaume Perrault, do jornal Le Figarò, confirma esta informação em seu livro Generation Battisti, do
qual falei numa matéria anterior. Como se tudo isto fosse pouco, em 2006, o mesmíssimo Alberto se
referiu em primeira pessoa ao caso, no seu livro Estava na Guerra, mas não Sabia.
 
É claro que com uma manifestação tão categórica, Alberto não pode justificar de maneira razoável seu
ódio por Battisti e, menos ainda, sua falta de rancor contra os verdadeiros assassinos. Mas, ele sempre
foge do ponto e apenas diz que Battisti merece castigo por ter sido o planejador, ou, então, muda
levemente o roteiro e diz que Battisti matou outras pessoas, com as quais ele [Alberto] é solidário.
 
No caso de Alberto Torregiani, há forte consenso de que ele está sob ameaça dos políticos italianos, pois
recebe uma indenização como vítima de crime político, criada pelo estado, que o mesmo estado poderia
cortar a qualquer momento. Alberto lutou muito tempo na justiça para obter essa reparação.
 
Quando aos outros três parentes, não temos informações tão consensuais. Não se pode pedir de ninguém
que se torne herói ou mártir, mas acreditamos que o assunto já tomou estado público suficientemente
grande, como para que a vida e integridade de Alberto esteja fora de risco. Portanto, seu empenho em
acusar Battisti talvez não seja só reflexo do medo de acabar como Mino Pecorelli ou outros que se
opuseram à Máfia política e o fascismo.
 
Todas estas vítimas de Battisti atuam de maneira muito original. Usualmente, as pessoas não podem
evitar ressentimento contra pessoas que têm prejudicado seus afetos. Isto, seja ou não psicológica e
socialmente nocivo, sem dúvida é muito humano, e acredito que seria quase impossível para qualquer
de nós controlar nossa indignação, pelo menos, nos primeiros momentos.
 
O que surpreende é que todos eles se revoltam contra Battisti, AO QUAL NINGUÉM VIU NO LOCAL DOS
FATOS, mas não se importam de que os VERDADEIROS EXECUTORES ESTEJAM LIVRES. Com efeito, Memeo
e Fatone podem ser facilmente encontrados, pois o primeiro trabalha numa sociedade filantrópica e o
segundo está numa cidade do Sul. Sobre Mutti, do qual se desconhece se está vivo ou morto, nada se
fala, mas muitos membros daqueles grupos de vítimas mostram agradecimento por ter delatado Battisti.
 
Face a esta situação, Suplicy propôs uma medida que somente uma pessoa corajosa e esclarecida é capaz
de assumir:
 
CONVIDA ÀS VÍTIMAS PARA UMA ACAREAÇÃO COM CESARE BATTISTI
 
A Mensagem de Suplicy
 
A mensagem está traduzida literalmente do e-mail que me enviara Suplicy com a cópia, sem nenhuma
ressalva de sigilo. Considero muito importante sua iniciativa, e a torno pública (mesmo sem consultar
com ele) porque a conhecida modéstia do lendário Senador talvez lhe impeça fazer publicidade de suas
próprias ações. A tradução do inglês é literal, mas eventuais interpolações entre colchetes são minhas.
 
Prezado Dario Pignotti:
 
Se você tiver o telefone de Alberto Torregiani e dos outros membros das famílias dos que foram mortos
pelos PACs, eu agradeceria se você pudesse envia-los para mim. Eu direi a eles que se eles estão
realmente pensando em vir ao Brasil, eu os convidarei para falar com Cesare Battisti na [no presídio de]
Papuda. Como Cesare mencionou em sua correspondência com Alberto Torregiani em 2008, ele está
disposto a explicar a ele e aos outros, cara a cara, que ele não participou de maneira alguma nos
assassinatos de Pierluigi Torregiani, Campagna, Sabbadin or Santoro.
 
Também [Battisti declara] que nunca um juiz italiano lhe perguntou se ele tinha matado alguém. Que
ele esteve ausente do julgamento que o condenou a prisão perpétua. Que as únicas pessoas que o
acusaram foram beneficiados pela delação premiada. Também, como após o seqüestro e assassinato
de Aldo Moro decidiu nunca mais participar em ações que poderia por a vida de outros em perigo. Que
a Corte Italiana aceitou que aqueles que foram seus defensores usaram falsas procurações, como foi
provado pelos especialistas da justiça
francesa.
 
Como meus maiores considerações
 
Eduardo Matarazzo Suplicy
 
 
O Que Podemos Esperar
 
A dor e o sofrimento não impedem totalmente que algumas pessoas sejam cínicas. De fato, sofrimento
injusto pode exacerbar as tendências vingativas e linchadoras. Neste sentido, é paradigmática uma
afirmação de Alberto Torregiani no dia 20 de janeiro.
(Vide)
O texto do filho do ourives não tem desperdiço.
 
Ele disse que está disposto a perdoar (sic) Battisti, desde que este mostre arrependimento e aceite sua
culpa*. Ou seja, a reparação que se pede de Cesare não é fazer algo em prol da sociedade, mas deixar-se
humilhar e reconhecer culpas que não têm.
 
Mas isto não é tudo. O perdão de Torregiani é algo como uma benção, ou uma reza, nada mais. Não significa
abdicar do doentio revanchismo, mas apenas uma questão formal. Ele deve cumprir a pena, disse Alberto. Ou
seja, além de dar duas cadeias perpétuas a Battisti, eles querem que se humilhe e se auto-acuse de um crime forjado. Observem que, num estilo mais dissimulado, esta é uma afirmação parecida a que faz o presidente de Cáritas, numa entrevista de Veja, onde conta por que ele votou contra Battisti no CONARE.
 
Alberto falou muitas vezes, desde começo de 2009, de sua intenção de vir ao Brasil para depor no Supremo.
Mesmo os ministros Peluso e Mendes não se entusiasmaram com a idéia como os italianos pensavam, porque
isso já era uma atrocidade jurídica sem tamanho, e poderia ter produzido uma crise dentro do tribunal.
Atualmente, ele não faz o mesmo oferecimento, mas várias vezes mencionou que queria vir a Brasil para
"explicar" às autoridades como Battisti é safadinho.
 
Mas, há umas duas semanas, Alberto vem dizendo que ele está dirigindo a campanha contra Battisti na Itália
e que não sabe se poderá vir ao Brasil.
Mas, é óbvio que se ele quer prender Battisti, deve vir ao Brasil. O Estado Italiano já tem a dose de ódio,
paranóia e falta de decoro que é possível.
Quanto mais pode ajudar Alberto?
 
Então, o melhor seria que ele e as outras três "vítimas" venham ao Brasil e aceitem encontrar-se com
Battisti na Papuda. Eles poderiam dizer a Cesare toda a "verdade" e o perigoso terrorista deveria reconhecer
seus crimes e pedir perdão de joelhos. Não é exagero. Uma acareação é um método que consegue colocar em evidência os mentirosos mais perfeitos. Então, se eu fosse uma daquelas "vítimas", aceitaria o generoso oferecimento de Suplicy sem pensar duas vezes.
 
Se (por um acaso quase impossível) as "vítimas" decidissem vir a Brasil e se encontrassem com Cesare na
Papuda, a equipe que organize a entrevista deverá transmitir esse fato por algum canal (por exemplo,
Senado), em vivo, e formar uma audiência tão grande como possível. Sem esta precaução, a mídia
publicará tudo distorcido.
 
Eu propus ao Senador Suplicy (ele está viajando e acredito que não recebeu minha mensagem) que também
deveria fazer um convite público a Pietro Mutti.
O convite não pode ser pessoal, porque ninguém sabe onde está, mas pode ser publicado na imprensa
italiana.
 
Numa pseudo-reportagem feita pela revista Panorama há 10 dias, o repórter que simula estar entrevistando
Mutti, põe em boca deste um desafio: Ele não está oculto, não tem nome falso, tem seus documentos
originais, e está disposto a mostrá-los a quem quiser.
 
Tudo bem. Então, Pietro Mutti, dê uma oportunidade ao senador Suplicy de falar com você e assim você
poderá contar-lhe a história que já rendeu tanto à aliança entre fascismo, neo-stalinismo, máfia política, e clericalismo.
 
 
 
 
 
 
 
 
Publicado em: 24/01/2011